Posted on quarta-feira, 24 outubro 2007 by universoufes
Maria Ines Dieuzeide e Thalita Dias
A pesquisa eleitoral para escolha do novo reitor e vice-reitor da Ufes aconteceu no último dia 16. A única chapa inscrita, composta pelos candidatos Rubens Rasseli e Reinaldo Centoducatte (atuais reitor e vice-reitor da Universidade) teve 2999 votos. O Conselho Universitário já definiu os outros nomes que irão compor a lista tríplice a ser enviada para o Ministério da Educação, que decide quem ocupará os cargos. A eleição, que não tinha quorum mínimo, teve a participação de menos de 20% dos eleitores.
Posted on sexta-feira, 19 outubro 2007 by universoufes
Por José Casagrande
O Pró-reitor de Planejamento da Ufes, Professor Alberto Ferreira, defende que a orientação do MEC para o aumento no número de vagas nas universidades federais está de acordo com as proposições do planejamento estratégico da universidade para o período de 2005 a 2010.
De acordo com Ferreira, a elaboração do plano estratégico contou com a participação de diversos setores da sociedade. Na ocasião, se estipulou uma meta de aumentar em 50% o número de vagas na Ufes. As recentes ampliações nos campi de Alegre e São Mateus já corresponderiam a cerca de 25% desse total. “A necessidade de se dobrar o número de vagas para aderir ao Reuni não é real. Evidentemente, o conselho universitário tem autonomia para determinar esse aumento, mas eu acredito que ele deva ficar na ordem de 20%”, afirmou o pró-reitor.
Posted on quarta-feira, 10 outubro 2007 by universoufes
Em entrevista exclusiva, o atual reitor da Ufes, Rubens Rasseli, garante apoio à implantação das cotas sociais e diz que a adoção do Reuni é decisão do Conselho Universitário, onde ele tem maioria.
Thalita Dias, Maria Ines Dieuzeide, Davi Gentilli, Vitor Taveira e Wanderson Mansur
Único candidato à reitoria, o professor Rubens Rasseli declarou que a sua próxima gestão vai tomar medidas para facilitar a permanência dos alunos ingressantes via cotas socais. “vamos observar esses alunos e dar oportunidades a eles”, afirmou.
O atual reitor convive com uma realidade inédita na história da Universidade. Em seus 53 anos, a Ufes nunca presenciou uma pesquisa eleitoral com o registro de uma única chapa e uma ausência completa de debates sobre o projeto político a ser implantado pela próxima gestão a partir de 2008. Segundo Rasseli, a presença de uma única chapa se deve ao “sucesso de sua administração”.
o esvaziamento da oposição
Não faltam teses para explicar ausência de oposição na corrida eleitoral deste ano. Segundo a professora Elizabeth Aragão, do Departamento de Psicologia, depois de 2006, houve um processo de “abertura” da gestão de Rasseli, no qual alguns professores ligados ao antigo grupo de oposição passaram a ocupar cargos na administração da Ufes. Como exemplo, está o caso dos professores Izabel Cristina Novaes e Amarílio Ferreira Neto, que deixaram cargos de direção de centro para ocuparem as pró-reitorias de Graduação e Administração, respectivamente.
Outro fator que pode ter desarticulado a oposição foi o licenciamento de alguns professores influentes para ocuparem cargos nos governos do estado e dos municípios. Como é o caso de Rogério Queiroz e Kléber Frizzeira, os dois candidatos que encabeçavam a chapa do Reviva Ufes em 2003.
“Os colegas vão sendo recrutados para diferentes postos políticos e que eles não estão carregando grupo político-ideológico, mas são chamados por competência técnica, como se esta fosse neutra”, afirma o professor do departamento de Ciências Sociais Mauro Petersem. “Em épocas passadas, quem tinha papel fundamental em formular proposições alternativas na universidade era a Adufes. Porém, Muitos bons quadros acabaram se aposentando e não houve renovação. Hoje ela tende a paralisia, a prestação de serviços. Não se tem uma agenda política sólida, as assembléias são esvaziadas”, analisa.
Petersem coloca também as dificuldades de mobilização diante do esvaziamento político no âmbito nacional e estadual. “Estamos presenciando um momento que carece de projetos alternativos. Temos um projeto de estabilização econômica colocado, tanto no Espírito Santo, com o governo do Hartung, quanto na política nacional do governo Lula. Isso tem impactos na militância, na vida universitária, não faz diferença participar do grupo A ou B” questiona.
O diretor de organização do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Arthur Moreira identifica que a ausência de oposição é explicada pelo apoio quase unânime dos grupos políticas da Ufes ao governo Lula. “A administração atual está em sintonia com os projetos do governo federal, que a gente identifica como de cunho liberal”. O professor de engenharia elétrica Edson Cardoso também alimenta essa tese.
“Com o governo Lula, os companheiros que eram do PT arrefeceram. Você via nas assembléias de greve o pessoal defendendo o governo e dizendo não a greve” completa o professor Cardoso.
a oposição na última eleição
Nas últimas eleições em 2003, o processo eleitoral teve três chapas inscritas. Além do grupo político da atual gestão, Ufes para Todos, estiveram também na corrida eleitoral o Reviva Ufes e a Democracia e Transparência.
A Democracia e Transparência, que era composta por Gercyr Baptista (aposentado em 2004) e Maurício Nascimento, teve uma votação de 8% do total de votos. Já a chapa Reviva Ufes, que tinha como candidatos a reitor os professores Rogério Queiroz e Kléber Frizzera, obteve uma participação significativa na disputa direta com o grupo liderado por Rubens Rasseli.
Em 2003, o movimento em torno das eleições mobilizou a universidade. O grupo do Reviva Ufes, que naquele momento se colocava no processo com o propósito de formular um movimento contrário aos rumos da única universidade federal do Espírito Santo. Segundo o professor Edson Cardoso o processo eleitoral “foi uma disputa de projetos, de concepção de universidade. O que a oposição tinha era a idéia de uma administração que ouvisse mais as pessoas, que tivesse mais ligações sociais, pensava uma universidade menos tecnicista”. Rubens Rasseli já era vice-reitor nos oito anos anteriores, quando o reitor era José Webber de Macedo.
o candidato
Rubens Rasseli tem 52 anos de idade, é formado em odontologia pela UFES e ingressou nos quadros da universidade em 1980. Foi vice-reitor da instituição por oito anos e agora é candidato à reeleição para reitor, cargo que ocupa desde 2004.