Reuni divide opiniões na Ufes

Por José Casagrande e Vanessa Pizzol

A Ufes poderá receber mais R$ 47 milhões no seu orçamento até 2011. A contrapartida da obtenção desse recurso é que a Universidade aprove até o próximo dia 29 a adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o chamado Reuni. O programa do governo federal pretende elevar a taxa de conclusão da graduação presencial a 90% (que hoje, na Ufes, é de 81,7%) e a ampliação da taxa da relação professor/aluno para 18 (que hoje é de 14,4).

Esse montante contempla verbas para a adequação da infra-estrutura, compra de bens e serviços necessários para a expansão da universidade, além de um acréscimo de até 20% no repasse federal destinado a custeio e pessoal.

sem consenso

Mas a adesão ao Reuni não possui consenso. Uma série de debates que ocorreram entre o final do mês de setembro e início de outubro, nos campi de São Mateus, Alegre e Goiabeiras deram o tom do discurso. O presidente da Adufes, Josemar Machado de Oliveira, argumenta que o aumento de 20% na arrecadação, além de não contemplar as necessidades atuais da Ufes, exige uma contrapartida muito grande da instituição. Segundo Josemar Machado, o Reuni não é um programa eficaz principalmente porque se atém as questões numéricas e estatísticas, contemplando o ensino superior brasileiro de uma forma superficial. Para ele, o repasse prometido pelo governo federal não surtiria efeito positivo porque as verbas que o governo aplica na educação já estariam defasadas. Quem concorda com ele é a estudante e diretora de Movimentos Sociais do DCE, Daniele Martins. Para Daniele, os recursos propostos pela união, além de condicionados pelo cumprimento das metas, não são suficientes para garantir uma assistência estudantil de qualidade. Ela afirma que os cursos criados recentemente pela universidade não apresentam estrutura satisfatória e os estudantes se deparam com a falta de equipamentos e instalações básicas. “Em geral, a universidade está sucateada. Basta andar pela Ufes para ver isso”, afirma a estudante.

a visão da Reitoria

O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Professor Alberto Ferreira, não concorda com a tese do sucateamento da universidade federal. Para ele, a Ufes tem problemas a ser resolvidos, mas os recursos estão disponíveis. “As dificuldades existentes estão relacionadas às necessidades típicas da aquisição de bens e contratação de serviços”, afirma Alberto. O pró-reitor ressalta que, apesar de tais necessidades acabarem tornando o processo mais lento, muitos dos atuais problemas da universidade estarão solucionados num período de um ano.

Em entrevista exclusiva ao UniversoUfes, o reitor disse que as decisões dos centros a respeito a adesão ao Reuni serão respeitadas. Essas decisões serão levadas ao
Conselho Universitário que, na prática, é quem decide a respeito da criação de cursos e ampliação da oferta de vagas na Ufes.

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